O Florescer da Orquídea: Como um look pode revelar quem somos
- gabriellaborghesif
- há 2 dias
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Uma criação que nasceu de um sonho e se transformou em espelho da minha essência - quando vestir-se deixa de ser uma aparência e se torna presença.

Há tempos venho me abrindo para um novo olhar sobre o que visto. Comecei a perceber que, por muitos anos, eu comprava roupas para ocasiões específicas… Mas depois elas ficavam ali, no fundo do armário. Paradas. Esquecidas.
Até que uma frase mudou o meu jeito de escolher:
"A peça cara não é a que tem preço alto, e sim a que não se pagou com o uso."
E foi a partir dessa ideia que comecei a observar o que realmente fazia sentido no meu guarda-roupa. O que conversava com quem eu sou. O que me trazia alegria — e o que era só um impulso bonito.
Uma das categorias que mais me surpreendeu foi: roupas de festa.
Quem nunca se deparou com aqueles vestidos lindos, mas que só servem pra um único evento, praticamente? De uns anos pra cá, resolvi mudar isso também.
Passei a comprar peças que eu pudesse adaptar, reaproveitar, reinventar. E esse movimento acabou estimulando a minha criatividade, a minha conexão com a essência, e até uma certa economia — daquelas que não tem a ver só com dinheiro, mas com energia mesmo.
✨ E então veio o convite para um casamento. E junto, aquele desejo de vestir algo que me representasse por completo. Um look que fosse mais do que bonito — que tivesse alma. Foi assim que cheguei até o estilista Rafael Chaouiche.
Em uma visita ao seu Ateliê criativo, eu me encantei com o Top Orquídea: uma peça artística, forte, cheia de personalidade. A parte de baixo? Um vestido de popeline, desses de usar com rasteirinha em festa na praia — que decidimos transformar em saia volumosa para a ocasião.
Apesar de ter me envolvido no sutil, eu voltei pra casa com a idéia na cabeça. Mas… algo ainda não encaixava. Não era visual. Era energético. Faltava aquele “sentir”. Respirei. Silenciei. Dormi. E no sonho… tudo ficou claro!
Me vi entrando na festa com o top orquídea, mas com uma saia diferente — mais justa, mais orgânica, com movimento. Aquela saia subia pelo corpo como um caule, e o top florescia no alto, como o desabrochar de uma flor.
🌸 Acordei antes das seis, com a imagem ainda viva no peito. Enquanto o café fervia, eu desenhei. E chamei de Orchid Bloom – o florescer da orquídea. Enviei a ideia pro Rafa. Ele acolheu com sensibilidade, entendeu a proposta e me chamou novamente ao Ateliê para darmos seguimento à criaçao dessa idéia! Incrivelmente ele daptou tudo com delicadeza.
Não conseguimos cortar o tecido (já que a peça voltaria a ser vestido depois... Lembram da minha nova "mania" de dar mais utilidade às peças do guarda-roupa?), mas o resultado… ficou muito próximo do que sonhei! Simplesmente sensacional!
E, mais importante do que isso, eu me senti representada. Inteira. Vestida de mim. Essa experiência me lembrou que a mulher que a gente se torna aparece nas nossas escolhas. E que está tudo certo dizer:
"isso ainda não me traduz."
"isso não sou eu."
"isso pode mudar."
✨ E mais: quando você se respeita, o outro respeita junto. Existe um jeito leve e firme de mostrar o que sente. Com carinho, com presença, com verdade. Me emociona saber que, cada vez mais, tenho encontrado pessoas que abrem espaço para essa troca — onde autenticidade é recebida com acolhimento.
E que bom é poder florescer, mesmo em meio às formalidades. Ser quem somos, com elegância e liberdade. Vestir-se como expressão. Como processo. Como poesia. E nisso nasceu um poema, afinal a minha lua em Escorpião não tolera navegar somente na superfície.
🌸 Poema – Orchid Bloom
Ela veste uma orquídea.
Não uma flor qualquer.
Mas aquela que floresce quando é tempo.
Silenciosa.
Imponente.
Sutilmente impactante.
Essa roupa é flor e é força.
Tem curvas que abraçam o corpo
e um volume que não grita,
mas revela.
É a alma dela em tecido,
o seu desabrochar costurado com intenção.
É que tem algo de natural em ser quem se é.
No jeito que o coque amarrado ancora.
No brilho das joias que não precisam justificar sua luz.
Nas cores que não pedem voz, mas atravessam o olhar.
É estranho como às vezes só no espelho
a gente vê o quanto cresceu.
O quanto se permitiu.
O quanto agora sustenta, com doçura,
a mulher que é.
Ela entendeu que há beleza em descobrir-se com calma.
E que vestir-se pode ser um ato de inteireza.
Ser feminina, sensível e ainda assim forte —
não é contradição.
É um dom.
É viver bem.
É ser de verdade.
E ela escolheu isso:
ser flor. ser presença. ser si.
Desabrochar.
Essa história não é só sobre moda. é sobre arte, criação. É sobre coragem. Sobre escuta. Sobre florescer. Às vezes, o mundo pede pressa, padrões, fórmulas prontas. Mas quando a gente pausa pra sentir, percebe que a nossa verdade mora nos detalhe. Na forma como escolhemos o que usamos. No jeito como nos colocamos diante da vida. No quanto estamos dispostas a nos vestir com intenção e refletirmos a nossa autenticidade.
E você?
🪞 Já se permitiu transformar uma peça comum em algo extraordinário?
🪡 Já escutou o que seu corpo e sua alma pedem antes de se vestir?
🌸 Já olhou no espelho e se sentiu realmente traduzida?
Talvez seja o momento de você olhar com mais carinho para o que veste — e para o que sente ao vestir.
A roupa pode ser só um detalhe… ou pode ser um reflexo de quem você é hoje. E quando essa escolha é consciente, ela revela muito mais do que estilo — revela presença.
E o Bem-Viver é exatamente sobre isso: cultivar escolhas que te representem, que expressem sua essência e te conduzam, com leveza e consciência, rumo a uma vida com mais presença, beleza e verdade. É um caminho de descoberta contínua com cuidado, conhecimento, combustível, criatividade e confiança.
Se esse texto ressoou com você, te convido a continuar trilhando esse percurso comigo: toda semana tem conteúdo novo aqui no blog, e no Instagram compartilho, diariamente, inspirações e reflexões para apoiar seu florescer.
Vamos juntas nessa jornada? Que o meu Bem-Viver inspire o seu!
Que linda reflexão. Amei o vestido e o processo de criação dele. Vou levar essas inspirações para o meu dia a dia :)